Esquisitices
Estou esquisita,
muito esquisita
esquisita ao ponto de ter sonhos esquisitos
ou até maquiavélicos.
Sonhos onde entravam monstros,
monstros horrendos,
onde cumprimentei o gigante,
o gigante Adamastor.
Esquisita ao ponto de uma hora
demorar séculos
(nunca tão lenta hora passei).
Esquisita ao ponto de parecer que
estavam a arrombar a janela do meu quarto.
Esquisita ao ponto de todas as esquisitices
fazerem sentido na minha cabeça.
Nunca decisão com tão pouca importância,
ecoou tão alto na minha cabeça.
Que confusão que me fez…
Decisão apenas de ir ou ficar.
Nunca os meus neurónios se enrolaram tanto,
como hoje parecem estar.
Nunca um livro me pareceu tão mau,
mau ao ponto de me fazer mal,
de me sugar os olhos, a alma e a inteligência.
Ao ponto de os meus olhos não quererem aceitar
o que aquele livro dizia.
Ao ponto de a minha alma fechar
e minha inteligência não alcançar.
Incrível!
Como agora vejo claramente a pequenez,
a pequenez da minha inteligência
mas principalmente da minha existência.
A hora passou.
Mais horas idênticas passaram.
A mesma sensação me apodera.
Estou esquisita.