É isto

"Eu vou aonde me leva o meu pensamento. Talvez chegue à paz do meu coração"

28 dezembro 2006

Parabéns

Este ano a minha mensagem de Parabéns para ti, Nês, vai ser diferente.. vai ser no teu blog ;)

mas pronto. também era só mesmo para desejar os parabéns.. lol

Beijo grande :)

15 dezembro 2006

Lá estava ele

Lá estava ele. Imponente como uma estátua, no cimo do rochedo. O sol começava-se a pôr, escondido por trás do seu corpo. A seus pés movimentavam-se os seus homens. Ignoravam-no. Mais de metade destes tinham morrido na batalha que decorrera. Era tempo de ver os amigos que tinham sobrado, tempo de ajudar aqueles que se encontravam na iminência da vida, ou da morte. Mas todo este ritmo de ajuda e de estranha satisfação após a vitória da batalha, era feito de forma lenta, como se mesmo os que estivessem prestes a morrer, a esses não fosse possível salvá-los. Corriam lágrimas, que corriam para o sangue. Mas nada mais corria. Tudo o resto era um sereno festejo do nada que havia a festejar.

A sua figura imponente, mítica e heróica, ficou para sempre gravada naqueles soldados, nas pinturas, para toda a história. Ainda hoje é motivo de inspiração o quadro que daquele momento foi pintado. Após várias horas a olhar o campo, a sentir a triste serenidade que percorria o vermelho campo, esse Herói retirou-se. Desceu suavemente do Rochedo. Escondeu-se atrás dele. Ajoelhou-se. Para logo se deixar caiu para trás. Num ângulo que ninguém o via, deixou-se assim ficar, a rever o céu que começava já a escurecer. As lágrimas toldaram-lhe a imagem do esperançoso céu, escorrendo-lhe depois pelo rosto severo. "Tanta dor no meu Povo. Mando-os a todos para a Morte... A que pretexto? A que possível lógica é tal acto justificado?" Suspirou. "Pelo menos, não haverá mais guerra." Pensamento inacabado pelo punhal que lhe fora espetado no coração, por um último inimigo.

"Morre filho duma p(êga)!" O seu sangue escorreu pelo punhal, para o líder adversário. Estava gravemente ferido na ponta do dedo mindinho, poucos minutos lhe restavam de vida. "Morrerei com Honra!" Subiu a custo, o nobre Rochedo. Parou no cimo. Olhou para o campo onde todos os seus amigos e compatriotas tinham morrido... e estavam ainda a ser mortos pelos adversários sobreviventes. Desembainhou a espada. Ergueu-a aos céus e gritou o mais alto que podia. "FREEEEEEEEEEEEEEDOOOOOOOOMMM!!!!!". Enquanto uma flecha lhe atravessava o olho direito e o matava por completo.

"P(êga) que te pariu!", pensou o soldado que acabara de o matar. Ninguém sabia que o seu líder estava morto, e continuaram naquela espécie de "cerimónia" após a batalha. Porém, do nada, começa a descer lentamente um disco voador no centro do campo de batalha.

O Jovem levanta-se da cadeira. Está furioso. Caminha vigorosamente até ao seu ponto de objectivo que se encontra a uns simples 15 metros e 2 portas depois. Rebenta com as 2 portas. Parte 3 candeeiros. Berra com a empregada. Derruba os móveis que encontra no caminho. O puto mesquinho, com 9 anos de idade, vermelho, raivoso, chuta a canela do pai e dispara: "A MERDA DA REALIDADE VIRTUAL VOLTOU A AVARIAR! SEMPRE A MESMA MERDA DE PRENDAS DE NATAL!"

E este... este é o verdadeiro espírito de Natal.

03 dezembro 2006

Bolas de sabão

E quando temos tanta gente à nossa volta e sentimo-nos mais sozinhos que nunca?! Sabemos que pode estar lá uma multidão mas temos como que uma bola de sabão à nossa volta que insiste em não rebentar e que não nos deixa efectuar trocas com o exterior, não deixa de forma alguma que a multidão preencha o vazio, aquele vazio que parece aumentar de forma inesperada e descontroladamente. Mas o problema não é da multidão, não é dos que permanecem a nosso lado, o problema é nosso, é da bola de sabão que não conseguimos destruir. Resta fecharmo-nos com muita força e fazer da nossa consciência o nosso fiel amigo. No entanto, neste momento que tanto precisávamos dela, ela traí-nos, ela magoa-nos com toda a força existente. Ela censura-nos mas é incapaz de nos ajudar a rebentar a bola! Esta bola que nos impede de ver os que sempre lá estiveram, os que ainda estão e não se foram embora. Esta bola que tem o poder de transformar toda a multidão em sombras que vagueiam perto de nós. Sombras que passam, olham mas não vêem, não tocam, não entram. Sombras que parecem aliens vindos da outra parte do universo, aliens que nada têm a ver connosco, que nada nos dizem. Sombras que falam uma linguagem desconhecida e impossível de descodificar. Esta bola horrível que parece nunca mais rebentar, esta bola de sabão denominada solidão.


Este texto é dedicado ao meu padreco preferido :)

02 dezembro 2006

Tudo simplifica

E com o amigo tudo simplifica. A parede que parece intrasponivel, num momento caí e forma um caminho. As nuvens abrem, ficando o sol em lugar das nuvens, do cinzento, do negro. O sorriso rasga, a alegria explode e a tristeza sem forças para lutar contra a amizade contrai-se na sua insignificância. Sim, porque com um verdadeiro amigo tudo o resto é minúsculo, nada consegue atingir a grandiosidade daquele que está ao nosso lado. Díficil de explicar, díficil de arranjar palavras para descrever este sentimento. Sei que completa os vazios, eleva-nos a um lugar onde não merecemos estar; Gostava de saber o que é concretamente. O que é a amizade?! Gostava que me respondessem para poder dizer o que sinto àquele que está a meu lado uma vez que por mais que diga e me esforçe não consigo expressar o que diz meu coração. Alicerce da existência, tu que estás a meu lado, não me deixas cair, nunca, mesmo que para isso tenhas tu de rastejar. Mas não faças isso. Descobri agora, que és a outra metade de mim, mas és a metade melhor, a metade da razão, a metade da minha consciência. Tu, sim! Tu, que estás a meu lado. Obrigado. Simplesmente obrigado.