É isto

"Eu vou aonde me leva o meu pensamento. Talvez chegue à paz do meu coração"

15 dezembro 2006

Lá estava ele

Lá estava ele. Imponente como uma estátua, no cimo do rochedo. O sol começava-se a pôr, escondido por trás do seu corpo. A seus pés movimentavam-se os seus homens. Ignoravam-no. Mais de metade destes tinham morrido na batalha que decorrera. Era tempo de ver os amigos que tinham sobrado, tempo de ajudar aqueles que se encontravam na iminência da vida, ou da morte. Mas todo este ritmo de ajuda e de estranha satisfação após a vitória da batalha, era feito de forma lenta, como se mesmo os que estivessem prestes a morrer, a esses não fosse possível salvá-los. Corriam lágrimas, que corriam para o sangue. Mas nada mais corria. Tudo o resto era um sereno festejo do nada que havia a festejar.

A sua figura imponente, mítica e heróica, ficou para sempre gravada naqueles soldados, nas pinturas, para toda a história. Ainda hoje é motivo de inspiração o quadro que daquele momento foi pintado. Após várias horas a olhar o campo, a sentir a triste serenidade que percorria o vermelho campo, esse Herói retirou-se. Desceu suavemente do Rochedo. Escondeu-se atrás dele. Ajoelhou-se. Para logo se deixar caiu para trás. Num ângulo que ninguém o via, deixou-se assim ficar, a rever o céu que começava já a escurecer. As lágrimas toldaram-lhe a imagem do esperançoso céu, escorrendo-lhe depois pelo rosto severo. "Tanta dor no meu Povo. Mando-os a todos para a Morte... A que pretexto? A que possível lógica é tal acto justificado?" Suspirou. "Pelo menos, não haverá mais guerra." Pensamento inacabado pelo punhal que lhe fora espetado no coração, por um último inimigo.

"Morre filho duma p(êga)!" O seu sangue escorreu pelo punhal, para o líder adversário. Estava gravemente ferido na ponta do dedo mindinho, poucos minutos lhe restavam de vida. "Morrerei com Honra!" Subiu a custo, o nobre Rochedo. Parou no cimo. Olhou para o campo onde todos os seus amigos e compatriotas tinham morrido... e estavam ainda a ser mortos pelos adversários sobreviventes. Desembainhou a espada. Ergueu-a aos céus e gritou o mais alto que podia. "FREEEEEEEEEEEEEEDOOOOOOOOMMM!!!!!". Enquanto uma flecha lhe atravessava o olho direito e o matava por completo.

"P(êga) que te pariu!", pensou o soldado que acabara de o matar. Ninguém sabia que o seu líder estava morto, e continuaram naquela espécie de "cerimónia" após a batalha. Porém, do nada, começa a descer lentamente um disco voador no centro do campo de batalha.

O Jovem levanta-se da cadeira. Está furioso. Caminha vigorosamente até ao seu ponto de objectivo que se encontra a uns simples 15 metros e 2 portas depois. Rebenta com as 2 portas. Parte 3 candeeiros. Berra com a empregada. Derruba os móveis que encontra no caminho. O puto mesquinho, com 9 anos de idade, vermelho, raivoso, chuta a canela do pai e dispara: "A MERDA DA REALIDADE VIRTUAL VOLTOU A AVARIAR! SEMPRE A MESMA MERDA DE PRENDAS DE NATAL!"

E este... este é o verdadeiro espírito de Natal.

7 Comments:

  • At 5:59 da manhã, Blogger Inexitah said…

    heheheh!

    viva o natal!
    mas sem realidade virtual de preferencia!

    :P

     
  • At 2:05 da tarde, Blogger Carla said…

    ..................*
    ................**,**
    .............*****,*****
    ...........*******,*******
    ....*********,,,,,,,,,,,*********
    ..********,,,Feliz Natal,,,********
    ....*********,,,,,,,,,,,*********
    ...........********,*******
    .............*****,*****
    ................**,**
    ..................*

     
  • At 10:46 da manhã, Blogger português said…

    Das duas uma:ou temos mais um médico/investigador que é escritor(como Torga ou Lobo Antunes), ou mais um que depois vai para jornalismo.
    Feliz Natal, Inês!
    Ana Paula

     
  • At 6:04 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    provavelmente será mesmo jornalismo ;)

     
  • At 6:27 da manhã, Blogger Carla said…

    .....{*.\.....(*~*~*).../}
    ....{.~.*\....////^^\../~}
    ....{*....\..(((/.6.6./.*}
    ....{..*.~.\.)))c..=.)*..}
    .....{*...*.////_/~`.~.}
    ......{~.*.((((.`.`\.*}
    .......`{.~.)))`\.\))_.-:*
    ..........`{.(()..`\_.-`.`:
    ............`)/.`..|
    .............(....\ \
    ..............\....\ .\
    ........_ .__\...| /
    ........|` `...``Y;
    ........|./``-../../
    ........`......|./
    ................/.`-._
    Tenho um anjinho que tem um martelinho
    E em cada martelada distribui um carinho
    Espero que em 2007 te dê uma valente sova!
    Mas…
    Hoje este anjinho anda a distribuir um beijinho
    Com votos de um Feliz 2007
    Com muito carinho e amizade

     
  • At 4:49 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    pela forma como vamos vivendo o natal também parece q estamos numa realidade virtual. há coisa em q nem quero acreditar q existam mesmo... vamos caminhando conforme podemos. mas de preferência procurando o verdadeiro sentido do natal. mas como estamos numa época em que não gostamos de procurar o essencial, vamos ficando pelo acessório. enfim...

     
  • At 4:49 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    mas o texto está muito bem. parabens!

     

Enviar um comentário

<< Home