É isto

"Eu vou aonde me leva o meu pensamento. Talvez chegue à paz do meu coração"

05 janeiro 2007

Lamento

Pediram-me para descrever o amor.
Amor não sei descrever,
lamento.

Sei descrever a árvore, a lua,
o sol, as estrelas,
o mar, os peixes, mas
amor não ser descrever,
lamento.

Sei que é um sentimento
cheio de prós e contras
cheio de idas e voltas
cheio de felicidades e angústias.
Pediram-me: só quatro ou cinco linhas.
Escrevi muitas mais mas,
amor não sei descrever,
lamento.

Tanto e nada,
nada disse.
Nada de relevante e novo.
Referi sentimento nobre,
referi intimidade, paixão.
Minimizar defeitos,
enaltecer qualidades, mas
amor não sei descrever,
lamento.

Sugestões?!
Aceitem-se.
:-)

10 Comments:

  • At 9:33 da manhã, Blogger Inexitah said…

    mania de tornar o abstrato em concreto!!!

     
  • At 5:03 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    mania de dizer o indizível...
    Almeida Garret, nas "Folhas caídas" tem um poema entitulado "este inferno de te amar":
    este inferno de te amar - como eu amo!-
    quem mo pôs aqui n'alma...quem foi?
    esta chama que alenta e consome,
    que é vida - e que a vida destrói -como é que se veio a atear,
    quando - ai quando se há-de ela apagar?

    o paradoxo do amor... não será por isso que o procuramos?

     
  • At 5:14 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    mas o amor, na abstarção da sua descrição é do mais concreto na sua realização... essa é a beleza do amor!!!

     
  • At 5:16 da tarde, Blogger Inexitah said…

    é verdade!!

     
  • At 12:55 da tarde, Blogger Misterious_Spirit said…

    Está bonito o texto que escreveste sobre o amor.
    É indescriptivel,é verdade,mas uma coisa sei,é que é belo ;)

    bjs e obg pela visita ao meu blog

     
  • At 1:01 da tarde, Blogger Misterious_Spirit said…

    já agora acho o vosso blog muito interessante!mas os teus posts em particular,sao mesmo cativantes.

     
  • At 3:21 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    "Quem ama, nunca sabe o que ama, nem sabe porque ama, nem o que é amar... Amar é uma eterna inocência, e a única inocência é não pensar..." (Fernando Pessoa)

     
  • At 6:50 da manhã, Blogger Inexitah said…

    poema segundo do guardador de rebanhos.

    o poema que mais me dei prazer em ler até hoje.

    e não me canso de o ler outra e outra vez



    "O meu olhar é nítido como um girassol.
    Tenho o costume de andar pelas estradas
    Olhando para a direita e para a esquerda,
    E de, vez em quando olhando para trás...
    E o que vejo a cada momento
    É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
    E eu sei dar por isso muito bem...
    Sei ter o pasmo essencial
    Que tem uma criança se, ao nascer,
    Reparasse que nascera deveras...
    Sinto-me nascido a cada momento
    Para a eterna novidade do Mundo...
    Creio no mundo como num malmequer,
    Porque o vejo. Mas não penso nele
    Porque pensar é não compreender ...

    O Mundo não se fez para pensarmos nele
    (Pensar é estar doente dos olhos)
    Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

    Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
    Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
    Mas porque a amo, e amo-a por isso,
    Porque quem ama nunca sabe o que ama
    Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
    Amar é a eterna inocência,
    E a única inocência não pensar..."

     
  • At 5:31 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    hum... o fã clube de fernando pessoa começa a juntar-se ;)

     
  • At 2:06 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    estou a ver que basta colocar um excerto para ficar a conhecer o poema todo... tenho de fazer isto mais vezes :)

     

Enviar um comentário

<< Home