Lamento
Pediram-me para descrever o amor.
Amor não sei descrever,
lamento.
Sei descrever a árvore, a lua,
o sol, as estrelas,
o mar, os peixes, mas
amor não ser descrever,
lamento.
Sei que é um sentimento
cheio de prós e contras
cheio de idas e voltas
cheio de felicidades e angústias.
Pediram-me: só quatro ou cinco linhas.
Escrevi muitas mais mas,
amor não sei descrever,
lamento.
Tanto e nada,
nada disse.
Nada de relevante e novo.
Referi sentimento nobre,
referi intimidade, paixão.
Minimizar defeitos,
enaltecer qualidades, mas
amor não sei descrever,
lamento.
Sugestões?!
Aceitem-se.
:-)
Amor não sei descrever,
lamento.
Sei descrever a árvore, a lua,
o sol, as estrelas,
o mar, os peixes, mas
amor não ser descrever,
lamento.
Sei que é um sentimento
cheio de prós e contras
cheio de idas e voltas
cheio de felicidades e angústias.
Pediram-me: só quatro ou cinco linhas.
Escrevi muitas mais mas,
amor não sei descrever,
lamento.
Tanto e nada,
nada disse.
Nada de relevante e novo.
Referi sentimento nobre,
referi intimidade, paixão.
Minimizar defeitos,
enaltecer qualidades, mas
amor não sei descrever,
lamento.
Sugestões?!
Aceitem-se.
:-)
10 Comments:
At 9:33 da manhã,
Inexitah said…
mania de tornar o abstrato em concreto!!!
At 5:03 da tarde,
Anónimo said…
mania de dizer o indizível...
Almeida Garret, nas "Folhas caídas" tem um poema entitulado "este inferno de te amar":
este inferno de te amar - como eu amo!-
quem mo pôs aqui n'alma...quem foi?
esta chama que alenta e consome,
que é vida - e que a vida destrói -como é que se veio a atear,
quando - ai quando se há-de ela apagar?
o paradoxo do amor... não será por isso que o procuramos?
At 5:14 da tarde,
Anónimo said…
mas o amor, na abstarção da sua descrição é do mais concreto na sua realização... essa é a beleza do amor!!!
At 5:16 da tarde,
Inexitah said…
é verdade!!
At 12:55 da tarde,
Misterious_Spirit said…
Está bonito o texto que escreveste sobre o amor.
É indescriptivel,é verdade,mas uma coisa sei,é que é belo ;)
bjs e obg pela visita ao meu blog
At 1:01 da tarde,
Misterious_Spirit said…
já agora acho o vosso blog muito interessante!mas os teus posts em particular,sao mesmo cativantes.
At 3:21 da tarde,
Anónimo said…
"Quem ama, nunca sabe o que ama, nem sabe porque ama, nem o que é amar... Amar é uma eterna inocência, e a única inocência é não pensar..." (Fernando Pessoa)
At 6:50 da manhã,
Inexitah said…
poema segundo do guardador de rebanhos.
o poema que mais me dei prazer em ler até hoje.
e não me canso de o ler outra e outra vez
"O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar..."
At 5:31 da tarde,
Anónimo said…
hum... o fã clube de fernando pessoa começa a juntar-se ;)
At 2:06 da tarde,
Anónimo said…
estou a ver que basta colocar um excerto para ficar a conhecer o poema todo... tenho de fazer isto mais vezes :)
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